segunda-feira, 12 de abril de 2010

Repasto

Acordei cedo
contrariando o meu desejo mudo
deixei meus sonhos encaramujados
e fui tratar
de alisar o muro de concreto
de cotidianas e resignadas
realidades.
Volto exaurida
para um repouso dolorido e só
além do todo ainda por fazer
pra distrair
preparo com requinte
um bom jantar pra dar à tripa forra.
Reparo em volta
concluo farta, embotada e torpe:
melhor o meu bocado solitário
do que essa gente
além das minhas portas
multiplicando vis versões de mim.

Um comentário:

Olhar de Isa disse...

Li o poema...muito bom!
Essas tais versões eu também detesto e sou exatamente assim...só eu ou eu só!