Ah, eu me ria de todos
e só havia o meu pesar
a se considerar.
Heroína consagrada
abandonada ao medo
arremedo roto de ser
me oferecia nas feiras
nas praças e altares
era vitrine aos olhares
imago tosco
um rosto na multidão
querendo-se reconhecer...
Ah, eu tecia lã
eu rasgava seda
eu me cobria de linho
e de silêncios ébrios
mas o meu vinho
é vinagre, o meu ouro
é zinabre, o meu caminho
se abre em muitos atalhos
como feridas
cortando em retalhos
sangrando a carne
expondo nervos, doendo...
dizendo no corpo
vississitudes de alma.
Mas o silêncio é de cristal...
Quebrou-se o cálice.
Vinho e sangue derramados
não se misturam mais!
os olhos sóbrios veem bem
e mal... veem além!
O ouro polido,
agastado, sofrido, brilha mais!
Os caminhos abertos
certos ou incertos...
permitem muito mais!
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