No fim da tarde
No fim, quem sabe...
da vida
surrada, vivida...
abro meu mini toucador
de cedro
_ espelhado, perfumado.
Cada gavetinha,
uma surpresa
de singela beleza:
botões coloridos
caídos de vestidos
e blusas que nem sei...
Broches de borboleta
e de ramalhete,
anéis e uma foto de luneta
em que eu fazia careta
com três anos... com meus pais
... Quanto tempo faz...
Um vidrinho de perfume
com borrifador!
Frasco de lágrimas
doces, esquecidas...
E um sapatinho de crochê.
Não sei como, nem porque
uma caixinha guardada
guarda tanta vida...
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3 comentários:
Que coisa linda esse poema. Você tem escrito tão belamente ultimamente. Com muita sinceridade, com muito coração e sensibilidade. Tenho derretido constantemente nas leituras. O sapatinho de crochê, a careta na foto com três anos...
É muito bonito.
KKK. "derretido" é lagal.
E é tudo siples narração, aí no poema.
A vida é bela...
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