Aquela tela se via
e nela uma aquarela fria
pela janela
já não chovia.
A noite se movia
lenta e quase vazia...
se via a nuvem de gase
que se rasgando
exibia um brilho tênue
de lua nova
e o cortejo de estrelas
que a seguia.
Era uma imensa galeria
na qual, embriagada,
eu me perdia
e me achava
sem medo da treva densa
porque eu, tudo, já sabia
... e enquanto a noite me abraçava
a luz diáfana luzia
sem alarde, sem palavra,
sem pressa, sem companhia.
A noite orvalhada fluía
pela janela do quarto
pela janela do olhar
pela janela da alma
tudo em paz e gozo adormecia.
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2 comentários:
A poesia é bonita. Esse recurso da rima compulsiva (-ia) gera uma tensão fenomenal. Os versos que procedem de "lenta e quase vazia" entram como o refrão de uma música, trazendo uma sensação gostosa de alívio melódico.
Eu vivendo num passado imperfeito...: (ia).
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