sábado, 30 de janeiro de 2010

Trópicos

Ai, meus horizontes de amanhãs utópicos
nesses meus tristes e infinitos trópicos
às vezes amazônicos, às vezes náufragos
às vezes rudes, às vezes solícitos...

Vou navegante em suas águas tépidas
vou desejante, penetrando ávido
tuas florestas úmidas, teus pântanos
teus oceanos e praias idílicas...

Ai, os diamantes em seios de ébano,
a seda fina, do carmim ao púrpura
do açafrão ao pálido do mármore
e os meus olhos ébrios de ópio e de lágrimas...

Da mesma essência de tão ricas fábulas
se tece a teia de uma face sórdida
entrecortada de vielas mórbidas
de onde exalam condimentos pútridos.

Ai, as entranhas desta terra insólita...
aonde ferve o calderão mais lúbrico
aonde todo elemento é lúdico
a selva é ventre, é colo, é casa e é túmulo.

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