Deus inventou
a noite e o dia.
Os loucos inventaram
a poesia.
A poesia inventou
a psicanálise
que inventou
realidade
que inventou
a morte...
A morte inventou
o desconhecido
e o deu de presente
à ciência
que agora inventou
a verdade.
Mas como esta invenção
para nada serviu...
A ciência a modificou.
Patenteada, a fantasia
agora custa caríssimo!
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2 comentários:
Hááá, demais!!
Achei que ia terminar na invenção de deus. Hm.... pensando bem, penso que é uma das possíveis leituras do fim da poesia.
A ciência inventou a verdade? Não! A filosofia inventou a verdade! A ciência inventou a verdade baseada na experiência (conclusões a posteriori).
Hahahaha.
E deus inventou os loucos.
Massa.
A morte inventando a verdade por tabela; a verdade obsoleta; a psicanálise no começo do cíclo, antecedendo a morte, a ciência e a verdade. Hahaha.
Ótimo!
Sei que é difícil separar a obra do autor... e que vc me considera mto certinha, conservadora cristã... mas a coisa toda aqui é meio que uma ironia. Parte da premissa de que "Deus inventou" numa alusão a: "no princípio criou Deus..." porque alguém tinha que começar. Aí virou uma loucura. Todo mundo queria inventar tb!
Os loucos inventaram a poesia é uma sátira à mania da ciência psicanalítica analisar os poetas como psicóticos sublimadores. E como a psicanálise derivou em grande parte da análise da arte, digo que ela a inventou. E que a psicanálise inventou a realidade para curar os delírios dos sonhadores. Mas com o banho de realidade, tudo fica concreto, finito, maquinal. Morre o sonho, a poesia e tudo quanto era eterno. E a morte, eterna desconhecida virou instrumento da ciência, pelo desejo de controlá-la. Como não consegue, passou a dizer-se dona da verdade para poder criar novos paradigmas. Mas quem se importa com as verdades da ciência se elas não atenderem aos anseios de cada um. Para não perder terreno, a ciência não regridiu ao delírio dos loucos, mas buscou a regra áurea da neurose: a conciliação dos desejos do Id com a realidade, ou seja: a fantasia.
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