terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ser Fálico

Eu:
falo pra ter um instrumento
falo para conceber
falo para ter poder.

Se o que falo é monumento
falo pra deixar no tempo...
pra suprir a falta
pra deixar a marca

Quero referência
quero reverência.
falo pra negar
falo pra afirmar

falo para confundir
com língua ferina, fálica
com a pena intrusa, lógica
falo aos ventos

Falo à nuvem rápida
dissolvida em códigos
que tudo penetra
que tudo conecta

Falo do que vejo
falo do desejo
e do que partiu...
falo para restaurar.

2 comentários:

Victor Meira disse...

"Falo" é uma ambiguidade surrada na poesia, né? Hahaha.

Falo porque é verdade.

A imagem de "falo aos ventos" é sensacional.

Lírica disse...

Tem razão, mas... depois de ler um texto de Freud sobre o assunto, não me contive.