A vida, esse lapso entre as duas mais consagradas instâncias do não ser, compreende um universo que ela mesma é incapaz de apreender por inteiro. Ao menos é esta a impressão que tenho. Mas sem querer reincorrer na bobagem de tentar definir e enquadrar a vida dentro de um sentido universal, fico apenas crendo na ilusão de poder tornar as coisas apenas mais e mais sofisticadas e sutis, reinventando-as com um novo olhar. Assim, a tristeza pode tomar ares de nostalgia e requintes de fantasia. Tudo pode virar poesia aos olhos astutos de quem soube avançar em anos tenazmente firmado sobre a convicção de que idéias não surgem do nada, mas de um substrato de conhecimentos e afetos.
Mas não lemantarei ineficácias ou limitações. Explorarei eu mesma os recursos que puder angariar. Menos não me bastaria. Mais não me faria sentido.
É quando tudo parece já ter sido vivido e começamos a questionar nossos papéis na vida que temos então a doce e fugaz oportunidade de refazer nossos caminhos, descontruir e reconstruir conceitos... não com a ânsia e urgência de quem necessita se estruturar para se conter... mas na suave compassividade da própria continência que agora pode se dar ao luxo da complascência.
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