sábado, 15 de março de 2008

Nuvem e Trovão.

Ele vai passando como pluma que flutua.
Ela, ressoando seu perpétuo reclamar...
Ele vai solene a trilha sob sol e lua
ao sabor dos ventos, multiforme, especular.

... Ela enlouquecida, fura os ares a gritar
ribombando elétrica a descarga acumulada.
Qual trovão, se expande com estrondo pelo ar
mas seu ronco é breve e logo bate em retirada.

Todo o tolo ímpeto que fez tanto tremor
se esvazia anônimo, incômodo e fugaz...
e enquanto ladram esses cães em seu furor
vão as nuvens plúmbeas em cortejos lupercais.

Um comentário:

Victor Meira disse...

O viver centralizado
e a euforia já rotina

A nuvem seria mais tranquila
se vez em quando ribombasse

Mas as outras nuvens a condenariam
coitada,
taxariam-na "trovoada"
Uiii!

Só lhe resta chover.

---

Há no trovão a beleza do raio, e na nuvem a promessa da chuva que traz a vida. Enquanto o trovão for trovão, deve ser trovão; digo, deve ressonar e brilhar em beleza, aos olhos das nuvens, que só observam e conversam sobre o jogo do corínthians.