Com olhar perscrutador percorro as margens
no anelo de encontrar nessas paragens
alguma coisa além da minha imagem
neste reflexo mudo de miragem...
Mas se essas águas toco com os meus dedos
suaves, finos, trêmulos de medo
na superfície líquida do rego
são como a explosão de algum torpedo!
Desfaz-se a minha imagem num instante
em mil pedaços de cristal brilhante...
e eu fico a esperar, o peito arfante,
que cesse a experiência torturante!
Aos poucos os pequenos estilhaços
vão se reunindo como num abraço
e eu volto a me embalar nesse regaço
como se fosse, de um amante o braço...
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