quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sombras

As sombras turvas, densas e mui frias
Se ocultam sempre sob os que se põem
Entre a radiante luz que se anuncia
E a terra que a tudo decompõe.

Mas quanto mais for altaneira a luz
Todos verão que mais faz revelar.
A sombra torpe que o íntimo seduz
Insidiosa, há de penetrar

O mais profundo que se permitir.
Mas como as flores a desabrochar,
E os brotos todos depois de eclodir
Onde era treva, a luz faz-se habitar.

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