quarta-feira, 4 de julho de 2007

Desvanecendo

Sinto que aos poucos vai-se definhando
A chama ardente em meu olhar trigueiro
Sinto que os dias vãos vão escrevendo
Nas folhas brancas que vou folheando
Com as tintas negras de um vil tinteiro
A vate vida que eu sigo vivendo.


Sinto os meus pés às vezes vacilantes
Ora estancados, indecisos, tolos...
Ora correndo trôpegos, insanos.
Mas nunca mais andaram como antes
Pois se valsavam sem culpas, sem dolos.
Agora marcham ao peso dos anos.

A vida passa, e o que retivemos.
Agora mofa entre os nossos dedos
Como um tesouro que não tem valor

Quando indagamos por que o fizemos
A massa podre e cheia de levedos
Nos olha inerte e exala o seu fedor.

E agora, por mais que nos reinventemos.
Embaraçados entre enganos ledos,
Nos asfixia um contumaz torpor

Como se nada mais do que vivemos
Valesse a dor, o drama, o esforço e os medos.
Do que nos resta... Seja como for.

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