Sob um céu chumbo, opressivo,
De borradas nuvens sujas
Vai o dia zonzo, cujas
Cores vão ganhando um vivo
Tom de coisa mais real
Do que as brumas empanadas
E as sombras sem fanal
Da silente madrugada...
Logo tudo o que era sonho
Vai ficando material...
E eu não sei se é mais medonho
O onírico ou o banal.
Mas a aurora descortina
Sua intrépida atração.
Agastada com a visão
Dessa tão cruel rotina,
Vou vivendo, vou morrendo...
Vou sorvendo a toxina...
Com o cérebro fervendo
De agonia e cafeína...
De apatia e Ritalina...
Cefaléia e Aspirina...
Proteína...
Fluoxetina...
Vitamina...
Naftalina...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário