As coisas novas, por vezes me causam desconforto. Já não me vejo em afinidade com elas. Gosto de minha marca no mundo. Ainda que seja só no assento da poltrona, no volante do carro, na casa meio esgarçada do botão, no arranhão do vidro do relógio. O tempo deixa marcas em nós. Encorporamos essas expressões. Apropriamo-nos delas. Gostamos delas. E gostamos da posição do relógio sobre a cabeceira. Das teclas com defeito, da xícara que tem uma manchinha no fundo, que não sai; das sandálias cujo solado tem a exclusiva curvatura da nossa própria e única ergonomia. São companhias mais perenes e submissas que quaisquer outras. Elas não se impõem. Ser velho torna-se, gradativamente, um vício cínico. Uma mornidão estática. Um emburrecimento sábio. Um conformismo seletivo. Uma loucura branda. Às vezes, nem tanto.
Eu gosto de roupas coloridas, e de meus cabelos grisalhos. E de falar termos antiquados. De mostrar saberes. As cores me animam, os cabelos brancos me dignificam_ de alguma forma..._ As palavras velhas ditas em discursos novos são como velhos e falecidos conhecidos que tenho o poder de ressussitar. Meus saberes são poderes ocultos que adoro revelar. Só para causar espanto e desapontar aos que julgam os mais velhos como bagaços dos quais nada mais há que se possa espremer. E há muito velho sem sumo, de fato.
Velhos não se agradam do novo. E quando podem, o deformam, o modificam. Incluam-se aqui os netos, a quem mimam desmesuradamente, sempre que o podem fazer.
Os "novos velhos", assim como toda a civilização ocidental, andam mais tolos do que nunca. Mas de uma tolice ativa, mais participativa e liberal. Mais consumidora do que consumida. Mais numerosa e longeva. Muitas populações estão envelhecendo rapidamente. Uma revolução!
Enquanto a velhice ludibria a sociedade com seu ar de fragilidade, passa à frente: nos bancos e repartições, no cargos de poder, nos índices de consumo e até de qualidade de vida.
Eu gosto de roupas coloridas, e de meus cabelos grisalhos. E de falar termos antiquados. De mostrar saberes. As cores me animam, os cabelos brancos me dignificam_ de alguma forma..._ As palavras velhas ditas em discursos novos são como velhos e falecidos conhecidos que tenho o poder de ressussitar. Meus saberes são poderes ocultos que adoro revelar. Só para causar espanto e desapontar aos que julgam os mais velhos como bagaços dos quais nada mais há que se possa espremer. E há muito velho sem sumo, de fato.
Velhos não se agradam do novo. E quando podem, o deformam, o modificam. Incluam-se aqui os netos, a quem mimam desmesuradamente, sempre que o podem fazer.
Os "novos velhos", assim como toda a civilização ocidental, andam mais tolos do que nunca. Mas de uma tolice ativa, mais participativa e liberal. Mais consumidora do que consumida. Mais numerosa e longeva. Muitas populações estão envelhecendo rapidamente. Uma revolução!
Enquanto a velhice ludibria a sociedade com seu ar de fragilidade, passa à frente: nos bancos e repartições, no cargos de poder, nos índices de consumo e até de qualidade de vida.
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