sexta-feira, 8 de julho de 2011

Arquitetura Arquetípica

"Olá, querida"!
Ela me assedia, solidária,
e com um amor imenso... pretenso, que não me contém.
Agrada-me a ilusão do afago
e deixo-me seduzir
tentando caber neste papel pueril, vantajoso.
Adoço a voz, meneio a cabeça envolta em mimos,
ofereço minhas mais cordiais fantasias,
embargando a voz em arranjos convincentes.
Eis o nosso teatro,
de modo algum hipócrita ou coisa que o valha__de menos valia.
Dançamos conforme a música que ecoa em nossas almas,
recalcada na escuridão da mente.
Retocada nas brumas do coração.
Tocada nas cordas guturais.
Personas abandonadas ao seu destino cruel.
O meu de ser eterna infante, de mãe incontinente.
O seu, de rebento renegado, mas reconciliado.
Mentira branca, pá de cal, remendo, sutura,
empenho de cura, sonho de plenitude...
Somos essas criaturas, criadoras de novas aventuras
simbólicas, arquitetas de uma realidade possível.

Nenhum comentário: