Aquilo não era justo...
Tudo menos isso é o que queria.
Sonhava à moda de qualquer mocinha, com seu príncipe, embora não o sonhasse tão encantado assim, realista que prezava ser.
Mas daí a enredar-se em paixão ou virar presa de uma vidinha doméstica, isso já era demais. Não lhe caberia um viver assim, da sala pra a cozinha. Queria ver mundo e coisa e tal! Tinha ganas de conhecimentos os mais gerais!
Enfim, fez-se senhora de si e de família também. Conciliava o irreconciliável com boa fama, mas foram-lhe crescer os rebentos para ameaçar romperem-se amarras cheias de nós, puídas, um tanto por questiúnculas um tanto primitivas, um pouco veladas, todas justificadas com desvelo.
Os meninos agora têm vida própria e correm mundo, dão de ombros aos zelos da mãe, embora dóceis e gentis. Nada lhe dizem de desagrado, nada lhe põem em rosto, mas de toda forma, mandam a conta de tanta conta que têm ou tiveram que prestar.
Não era justo para nenhuma das partes, nem para a genitora sutilmente sequestrada e seduzida pelas delícias da realeza materna, com suas dores e poderes... tampouco para os pobres e opressos, e põe opressos nisso!... que criança lá sabe a quem está amando quando se apega? E como se pega! de sugar peito e alma!
Ninguém adivinha que vá se meter em afetos tais quando busca a metade suposta. E depois da coisa toda posta, o pior é desapegar-se.
Por que o colo já não sustenta. E cada um tem que ser em si. É um ir embora, embora algo sempre fique. Um visgo nojento que vai ficando encardido e não quer perder a liga.
Isto posto, a digníssima matrona se pergunta qual seria a relevância de: ser, emprestar-se a outro ser, saber retirar-se do outro, que, pelo amor de Deus, também precisa ser... e voltar depois pra o seu próprio ser que já não sabe mais onde termina, começa... ou se tem que se refazer...
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Um comentário:
Que coisa.
Que texto duro.
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