E foi, e foi, e foi...
como quase tudo se vai
lento, como a folha cai
desnudando a laranja
desgastando a franja,
de limpar o suor
desgastando a imagem
olhando outra paisagem
pela janela do...
que será que nos leva(?)
E foi, e foi, e foi...
na fumaça dos dias
tristezas e alegrias
metamorfoses, fases
adeuses e olá!
Há deuses... e o lar...
Há brigas e as pazes
há moças, há rapazes
há o tempo a passar...
E foi, e foi, e foi...
Foi se curvando até
encontrar as raízes
beijar suas origens,
ficar no seu lugar...
Deixou cair as lágrimas
embebedando as pétalas
espalhando o perfume
do medo, do ciúme...
mas há de aceitar...
E foi, e foi, e foi...
amarelando a tarde
de tanto que o sol arde
em labor e elaborar.
E a vida foi pulsando
e o tempo foi passando
nunca mais passei por lá...
Tem coisa que não muda
... coisa tão miúda
que é melhor deixar pra lá...
E foi, e foi, e foi...
de presença marcante
ficando tão maçante...
nem deu pra disfarçar.
Depois foi-se calando
se calando, se calando
até não saber mais falar.
E com o olhar demente
se contentou somente
em poder contemplar...
E foi, e foi, e foi...
ressignificando...
foi se resignando
ao que não tem remédio
...um novo que é já tédio
porém é só o que há...
O que hoje é saudade
foi um dia, novidade
e assim sempre será:
depois do fim vem o começo
e diz o verso pelo avesso.
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