sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Poema Desapaixonado

Eu cá me encontro
nesse ermo breu
onde além de mim
só resto eu.

Não penso em nada
digno de nota,
nada desejo
e a noite me esgota.

Tenho amanhãs
tantos a desbravar
que não me vale
o sono, esse velar.

Minha alma farta
de sonhos, se enfada
nada mais teme
e não espera nada.

Eis a desdita
de alcançar-se tudo:
Não tendo prece,
adormeço mudo.

2 comentários:

Beatriz disse...

Olá, belo poema. Interessante pq não é e ao mmo tempo é um lamento.
Sabe, paixão cansa mesmo. Né?
beijo e parabéns pelo excelente texto.
bjo

DOIDA disse...

Brava. Brava. Muito bom todo o blog. mas comento neste post porque me identifiquei. Adorei.