terça-feira, 10 de junho de 2008

lagoa.

Fluida... fluida...
flui da terra
que encerra
em seu seio
esse veio...
E entre seus lençóis,
seus silêncios de cisterna
seu leito de rocha eterna
porosa, argilosa, a filtrar
toda a impureza.
Freática natureza
vai depositar
seu tesouro artesiano
no mais subterâneo
até aflorar
fluida... fluida
pura nascente,
seio de tantas torrentes
bacia, colo e ventre,
braço de rio,
riso sombrio
que se abre entre
o ermo e o inundar.

Um comentário:

Victor Meira disse...

Totalmente orgânico. É um belo poema-ensaio que me diz sobre dualidade, relacionada a ciclo. Pra mim, soa mais corpóreo do que uma lagoa, na medida em que uma lagoa não é tão corpórea.

Gosto.