Fui por ali...
dobrei tantas esquinas
que nem sei.
Muros escuros de musgos
passaram por mim.
Vi suas brechas,
suas grades de flexas
apontadas pro véu
azul do céu,
rasgando nesgas
de nuvens de organdi.
Vi tudo girar...
Fui subindo
pelas calçadas
pelas escadas
e das sacadas
olhos me viam
sumir.
Olhos que eu não
podia ver.
Atravessei a rua,
atravessei a praça,
e outra vez a via
em que havia
tanta gente que
também passa...
gente que passa mal
passa a mão,
passa a lábia,
passa a grana,
passa e não lê
a placa de "não
pise na grama"...
No meio da multidão,
no meio da fumaça,
da fuligem, da ferrugem
quem se ama?
quem se acha?
e quem me acha?
Fui seguindo
até sumir.
Pela vidraça
um vulto que mais
e mais se embassa...
e no meio
do tumulto da paisagem,
num minuto
é quase oculto...
é só miragem...
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