terça-feira, 29 de abril de 2008

Leito de Amores

Beijava-me
com as pétalas
tenras e tépidas
de lábios fartos
dos quais fluíam
divino néctar
a adocicar
línguas que íam
e vinham a flutuar
no céu
a deslizar
no chão...
E um comichão
de abelhas a
se revezar
enchiam de amor
e de mel...
meu coração.

Olha-me
até me decifrar
em áurea proporção.
Até minha pulsação
fazer vibrar
o peito em frenesi
e um calor me abrasar
vulcânico
a fluir.

Toca-me
como um sol
ardente
ao derreter
no poente...
até atear
no horizonte
uma chama rubra...
e até que a noite
cubra de estrelas
esse tálamo
milenar...

Ama-me
com o mistério
dos que sonham,
com o ímpeto
que erige...
Com enigmas
de esfinges, e
com evolações
de almíscar,
dando ao húmus
a semente
que nos traga
frutos...
Ama como os adultos:
plenos, plácidos, perenes.

Nenhum comentário: