domingo, 23 de março de 2008

Hoje

Discretas nuances do que em nós
há de ser e há de parecer ser
se alternam entre atos, relatos,
racionalizações, conscientizações...
e o colo do divã pode ter aura malsã
como mãe que nos castra o crescer.
Como barra de saia ou mundo de lua
vendendo vínculos de pipas tontas no ar
que pensam saber voar, mas o que é o pensar?
Num tempo de almas vazias
Num templo de boemias...
Copos cheios, brumas de êxtase e anestesia...
Eu, quem seria, afinal?
Não há mais o que confessar.
Realidade concreta ou que se intepreta
na mais discreta ética profissional?
Laços frouxos, paixões em trânsito,
contratos de aluguel, desejos, medos,
segredos e solidão... Sonhos românticos
códigos quânticos, sânscrito, bulas e leis.
Bastardos, agregados, namorados e o ex!
Mestrados, doutorados, contas do mês!
Versos sem rima, sem metro, sem drama
corpos na cama, bandidos, perdidos
não se reprime mais, não se redime
e não há paz... Tudo é tão fugaz
que ninguém sabe mais
no mar de informações, o que há...
Nessa leveza de marionetes dançantes
nem melhores, nem piores que antes
fazemos um presente que se basta,
que se gasta sem pudor...