Pórticos lúgubres
Tácitos abrem-se...
Sôfregos, lânguidos,
de mil crepúsculos
como se os músculos
de suas pálpebras
pétreas e rígidas,
plúmbeas e pérfidas
erguessem féretros!
A cutis pálida
reluz estática,
parda, odorífera
e ainda cálida.
Casulo flácido
de um velho artrópode
que sonha incólume
um vôo intrépido
de anjo ou de Ícaro...
Pés e mãos trêmulos
quais débeis flâmulas
movem-se erráticos
ou quedam inválidos
nas trilhas íngremes
do leito mórbido.
O olhar inânime
Não tem mais súplicas
Nem tem mais lágrimas.
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Um comentário:
Caaaara...
Tenso, denso.
Sinto os passos da personagem durante a leitura. Da criatura sonhadora que se recolhe ao leito para... sonhar. Sente-se o mergulho pela estrutura pesada dos versos.
Sinto, sente-se.
Boa.
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