quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Autoflagelo.

Trânsito urbano caótico é redundância, né? Pois na minha cidade é eufemismo. Some-se a isso o fato de estarmos nas vésperas do Natal e de estar chovendo há quatro horas! Sem contar as obras de fim de gestão que obstruem ruas e causam mais transtorno do que benefício...
Numa tarde assim, eis que me encontro em meio ao estresse de providenciar alguns documentos com urgência, buscar a minha filha na aula de piano, passar no banco...
Noutros tempos as minhas vértebras cervicais estariam comprimidas pelos meus músculos a ponto de eu me sentir tonta e enjoada, além de cheia de dores. Meu estômago estaria em brasa e a minha cabeça, fumaçando...
Mas eis também que após várias incursões pelos mais brilhantes filósofos, lembro-me de que nem toda a adrenalina do mundo aumentaria um dia à minha vida ou um centímetro à minha altura.
Então decido respirar fundo, relaxar, ouvir uma música agradável e procurar alguma poesia à minha volta.
No fim do dia e desincumbida de minha tarefas imediatas, descubro que todas as coisas se resolveram... ou podem esperar.
Talvez a maioria das coisas pelas quais corremos, vivemos e morremos não passe de quinquilharia com que abarrotamos a nossa mente e coração na esperança de valorizar nossos esforços na busca de um sentido para essa mal-compreendida existência. Mas, geralmente isso se torna uma batalha tão pequena e mesquinha que não excede os limites do próprio eu. E assim nos tornamos nosso maior e mais onipresente inimigo.

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