Sacolejante como marionete
vinha descendo pela rua escura
um vulto torto, sequelado e manco.
Oh! pobre vítima de joanete,
artrose, gota, derrame e feiúra.
Desengonçado da cabeça ao flanco
E as duas pernas bem desgovernadas,
buscando apoio na velha bengala.
Vinha engomado, abotoado e chique.
As garras tortas, firmes, agarradas
eram, da Bíblia o engaste e a pala.
Passou por mim com todo o tremilique.
Sozinho, atáxico, mas resoluto,
sumiu na esquina, caminho da igreja.
Civilizados, nos ignoramos...
Porém manqueja em minha mente, o vulto...
Tamanha fé, recompensada seja!
...
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Um comentário:
Nos movemos or muitas coisas. Mas a maior delas com toda cereza é ler textos interessantes como o seu. ;)
"(...) da tristeza não quero saber, a tristeza me faz padecer. Vou cantando fingindo alegria para humanidade não me ver chorar"
Beijos.
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