domingo, 23 de setembro de 2007

Lânguida

Lânguida esguia
Deslisando sorrateira,
brejeira, silente...
impertinente ou contente,
o olhar glacial de sempre!

A pálpebra meio dormente
De quem nada sente
a ocultar insondáveis lacunas
entre pensares quaisquer...
Olhos de lunas... de dunas...
desértico viver.

Lanosa e alva
cutis espectral a luzir
entremeando cenários confusos.
Corpo lívio, pálido querer.
Risos esparsos
de escárnio espasmódico
e depois... se conter.

Querer, querer e não saber.
Mágoas e amores
guardados no porão:
velhos jornais
que aguardam em vão,
dobrados e esquecidos,
lidos ou não...

Esbelta como um cálice
de vinho branco, seco,
encorpado
que se serve... gelado.

2 comentários:

Anônimo disse...

pois é,
acho que o meu negócio é parar de fazer verso e começar a fazer brega e letra pro nação zumbi.
Gosto mesmo é do ritmo, da rima. Que pobre que sou.

Hehe.

POr isso gosto. A palavra esperta irmanada conjunta de ar e tudo

Legal

Victor Meira disse...

Primoroso. Tua habilidade com as personagens me impressiona a cada poesia. A última estrofe é brilhante.

Ótimo, belo.
Bacana.