Lá se vai a velha Nena...
Dentro das meias elásticas
Com suas veias varicosas.
Ela e a sacolinha plástica:
Vai vender sua fornada.
Rua abaixo, rua acima,
Que a necessidade anima,
E mantém Nena ocupada.
Em andrajos, lá vem Nena...
Com suas tão fartas melenas
Na moldura de alvo algodão
Nena é a cara da solidão...
E porque ela sabe o gosto
Amargo que essa vida tem
Traz doçura nesse rosto
Que o desgosto escupiu tão bem
Nena e sua conversinha
Tão suave, tão amena...
Não arreda do portão
Até ter vendido um pão.
É assim que Nena vive
Sua vida de dar pena.
Quem não come o pão de Nena?
E ela só come o que sobrou
Do pão que o diabo amassou...
A gente às vezes tem pena,
Compra pra fazer favor...
Ouve a sua cantilena
C'ouvido de mercador.
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Um comentário:
ainda sinto falta de umas separa�es paragrafais, pro poema ficar mais arejado...
Gosto mais desse do que do de baixo. Gosto da personagem e de alguns versos bem montados.. Especialmente os do inicio, porque no decorrer da poesia os versos v�o perdendo levemente a qualidade. Os quatro primeiros versos s�o muuuuuito bons.
Voc� t� ficando boa de personagens, viu?
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