Dei-me ao mar.
Entre as vagas, a vagar
Sobre a face do mar,
O espelho do céu...
E a flutuar
Sob o dossel
Da minha nau
Sem velas para içar...
Sem remos, sem fanal...
Eu vi o luar,
Seu rosto lívido a pasmar
Como se lhe faltasse o ar.
Na escuridão do céu, do mar
A branca face lunar
Tinha dois reflexos a ondular:
Um em mim, outro no mar.
Dei-me ao mar
Como quem vai ao leito
Para amar,
Em brasa, o peito,
A crepitar.
Mas como não tenho um par
O mar será
O meu leito tumular.
E só porque estou a chorar
É que penso ter em mim o mar!
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