domingo, 27 de dezembro de 2015

Intempéries

Chuva sem poesia
Noite sem companhia
Rima sem luz e vazia.
Gente que nem se conhecia...
Mas a mesma letargia.
Eu contaria meus planos
Confessaria os enganos
Te esperaria por anos a fio...
Se o fio que conduziu
O nosso estranho caso
Não desse o nó que, por acaso
Nos atou mais ainda
Numa tortura infinda...
Tanta ida e vinda
Sem sair do lugar.
Agora é cinza o que ardia...
É solitária a agonia.
Onde, antes, não cabia
A minha tola alegria
Agora há um quase vazio
Arredio, sombrio...
Que eu remedeio
No meio das coisas,
Das gentes, das horas...
Mas quando tudo
Está mudo...
Quando desnudo meu eu
É a lembrança do seu olhar
Que me tira o ar...






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