Eu era sempre afligida por uma morna melancolia nas proximidades do meu natalício... Macambúzia, remoía memórias em busca de um sentido para a vida que eu via sempre com olhos ávidos e iludidos por uma romantismo medieval, com tonalidades quixotescas. E quanto mais eu sofria, esmagada na roda das lembranças amareladas, mais temia esquecer e ser esquecida!
Eu vivi muitos anos sob a égide de uma "filosofia de padre"... Quando não sentia medo, era de culpa que eu sofria. E quando estava em paz, a vida era um tédio só!
Mas hoje sou consciente de toda a felicidade que gozo, sou dona de minhas escolhas, apreciando a vida de um lugar privilegiado, e maravilhosamente desiludida. Abençoadamente lúcida, tranquilamente integrada.
Não tenho mágoas, nem nostalgia, nem frustrações, e acredito piamente que o ser humano não foi feito para guardar tantas memórias... Não quero ser um museu de mim mesma.
"Basta a cada dia o seu próprio mal"... mas também sua beleza, e riqueza, e bem.
O passado é morto e o futuro ainda não nasceu. Hoje eu sou... eu existo e posso tantas coisas!
Só lamento que o mundo seja feito de tantos nãos! Só me dói que a vida seja tão impedida de fluir espontaneamente, por tantos torniquetes e gessos e outros bloqueios e paralisias.
Mas também não me iludo... Nenhuma força sobrehumana o determina. Nosssos impasses e censuras são escolhas de uma maioria cega e atormentada...
Portanto, desta tribuna virtual e ainda virtuosa por alguma liberdade, desejo ao mundo: paz e luz.
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